Fico aqui pensando: a independência dos países ao redor do globo é necessária para uma melhor organização dos povos. A intromissão em outro Estado não é legítima, nem deveria ser cogitada sob qualquer justificativa. Não se trata de uma crítica gratuita — não é isso que me move. Dedico parte da minha vida a observar, refletir e tentar compreender o comportamento da humanidade.
Como cupins, formigas e outras espécies, nós — mesmo após milênios — ainda não conseguimos nos libertar da lógica de comando em que sobreviver significa, muitas vezes, alimentar-se dos semelhantes ou atacar outros seres vivos, vegetais ou animais.
Na ciência e na tecnologia, os seres humanos conquistaram méritos imensuráveis. No entanto, o maior empecilho para que essa mesma humanidade desenvolva plenamente seu potencial inteligente — e alcance, há muito tempo, um estado de convivência harmoniosa entre os próprios — é o comportamento displicente: a aceitação passiva de verdades ditadas por homens falhos, tomadas como absolutas, sem análise, sem questionamento.
Não é necessário agir com teimosia, mas com atenção constante. Se alguém disser a você que existem seres especiais, escolhidos para liderar as nações, cuidado — muito cuidado. Do macro ao microcosmo, nada no universo é exclusivo. Tudo e todos interagem.
Tenho o desejo de acrescentar outros temas a este trabalho — temas que, aliás, caberiam bem aqui — mas temo que isso possa dar a impressão de divagação. Ainda assim, é preciso dizer: a cultura humana, manipulada desde seus primórdios organizacionais, foi moldada para sustentar o medo e o misticismo. Esses elementos foram plantados na psique humana, gerando uma necessidade perturbadora que distorce o caminho em direção a escolhas mais conscientes de vida.
,Essa distorção cruel leva o ser humano a se sentir insignificante, em dívida com o abstrato e o inexistente. E com isso, elimina-se toda a independência e liberdade de uma criatura incrivelmente capaz — um ser dotado de infinitas possibilidades de organização e evolução.
red9juarez