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COM URGENCIA E MATURIDADE, PRECISA-SE REVER OS CONCEITOS EXISTENCIAIS

 


É urgente rever os conceitos com os quais florimos nossa existência, desde o princípio dos primeiros sinais de discernimento, sempre foi envolta em um véu de conceitos criados para dar sentido ao caos da realidade. Moldamos nossa percepção do mundo conforme nossas conveniências, e, muitas vezes, nos refugiamos em fantasias que nos confortam. Nessas ilusões, tudo é possível, belo e celestial: acreditamos que o céu nos aguarda, que somos filhos de divindades, que nosso destino é grandioso, superior e apartado da brutalidade da natureza. Criamos narrativas que reforçam nossa excepcionalidade e nos fazem sentir que tudo existe para nos servir.

Mas, ao observar a essência crua da existência, percebemos não haver fragmentos ou fagulhas divinas em nossos corpos que nos livrem da voracidade da fome instintiva. Em nossa biologia, somos predadores e presas, organismos vulneráveis, sujeitos às mesmas forças naturais que regem todas as outras formas de vida. Contrastamos a afirmação de que somos especiais com a evidência inegável de nossa fragilidade.

Sim, desenvolvemos um grau elevado de inteligência, uma capacidade única de abstração e criação. No entanto, isso não nos concede uma superioridade absoluta sobre o mundo ou sobre as outras espécies. A verdadeira maturidade reside na aceitação de que nossa consciência não nos imuniza contra as leis implacáveis da natureza. O tempo nos corrói, as doenças nos afetam, os desastres naturais nos castigam sem distinção. Bactérias e vírus nos atacam incessantemente, assim como fazem com qualquer outro ser vivo. Vulcões não poupam humanos ao liberarem sua fúria ardente, e tempestades varrem cidades sem se importar com crenças ou convenções.

A superioridade humana, quando examinada sob uma ótica racional, revela-se como um mito cuidadosamente construído. Um conceito forjado por nossa necessidade de controle, por nossa busca por sentido em um universo indiferente. Criamos sociedades, tecnologias e narrativas que nos elevam acima dos demais seres vivos, mas, no fim, continuamos sendo frágeis, sujeitos às mesmas forças naturais que moldam o destino de todas as criaturas.

Talvez o verdadeiro poder esteja não em nos considerarmos superiores, mas em reconhecermos nossa conexão intrínseca com o mundo que nos cerca. Em aceitarmos que somos parte do fluxo ininterrupto da vida, sem privilégios místicos ou garantias celestiais. Na admissão dessas verdades, encontramos, não à fragilidade do ser, mas a genuína profundidade da existência. 

red9juarez

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