Translate

Sem terras ( um pouco sobre ).


 Sob um céu azul magnífico, vívido, o chão ressequido de uma velha estrada improvisada, em qualquer instante pode-se tornar úmida e vermelha.
Comentar sobre temas que não conhecemos, é criar polêmicas, divagar, fofocar e confundir. É preciso lembrar que qualquer reação pública em um sistema, seja individual ou organizada, serão qualificados como desordeiros seus atuantes; muitos nomes podem ser dados a tais. Não pretendo entrar no contexto desta questão, somente dizer que fui feliz em ter uma oportunidade de ir buscar uma história verdadeira: viver e estar presente em um destes momentos e Movimentos. Bem-vindo a este espaço que não é somente meu, compartilhe sem culpa, adentre no íntimo de um ser humano não alienado da realidade arquitetada pelos homens. Equilibrado, mas de onde continuamente ressurgem pertinentes indagações. Estreitando os limites de minha privacidade, disponibilizando, expondo mais de mim mesmo a cada instante, sem receios, prossigo tentando romper as barreiras existentes em todos nós, a de darmos vida própria às nossas decisões e pensamentos, livre de influências, induções, não reajo a dificuldades alheia em meu coração como sendo reflexo inconsciente de rejeição; como alguns tentam explicar esse comportamento emotivo, a de, poderíamos estar no lugar da vítima. Maravilho o existir, pois o máximo se dá nela, a vida; cabe unicamente aos seres humanos superar com sabedoria os pontos da criação. Acreditar em um ser superior, um Deus, não faz de um ser humano uma boa e prestativa criatura. Não acreditar em um Deus, não faz de um ser humano, uma criatura maléfica ou insociável; a capacidade de raciocínio nos dá à condição de distinguirmos o que é cabível ou não em quase que em sua totalidade, sendo um desperdício que poderia há muito ser aproveitado em benefício de todos. Sigo poupando cada vez mais menos de mim mesmo, para tentar compensar o que poderia ter contribuído para ajudar na preparação para uma forma de viver cada vez melhor. Ainda que exposto a severas contestações por parte de alguns em defesa de, como está, é o melhor e o possível a ser alcançado; e nada mais adianta ser tentado em prol da paz e do equilíbrio para os humanos. Pensamentos como este não anulam os anseios daqueles que refletem sobre o muito ainda a ser realizado. Considerando-se a eternidade como base para as projeções de evolução, podemos se quisermos ver os quantos de imprudência cometemos no passado e continuamos no presente. Claro que as mudanças são gradativas! Sim, as naturais, mas dificultar o processo da harmonia, retardar o bem-estar geral é afrontar a natureza lógica e seus filamentos nas mentes pensantes. Porém, continuo seguindo um pouquinho de minha parte como criatura que para existir, necessariamente há de ser agregada. Mencionar alguma possibilidade, mesmo remota, ainda que exija muita dedicação e abdicação, mas, levar às grandes e boas transformações, equivale na mente de muitos a infeliz expressão... Isto é utopia. Tentar contribuir por melhores relações entre as pessoas como seres que se completam, intensifica em mim o prazer pelo existir. Dar o meu parecer, delinear mentalmente Boas-vindas em mudanças, não destrói o invólucro cristalizado pelas energias sutis a quais nos compõem e, até onde os sentidos humanos não tateiam, estão protegidos todos que reconhecem os valores devido à vida. Por isso, ser humanista não resulta em destruir nenhuma parte de meu ser, mas a de elevar a todos a um bem maior e a uma melhor condição: não me preocupo com o que há de vir com conjecturas. Ao principiar, não seria assim, porém, não que consistisse em única e vaga intenção, simplesmente, a de passar para a escrita meus pensamentos, atendendo de forma errônea e simplificada o preenchimento de uma lacuna de vaidade em tentar se projetar sem nada de consistente, proveitoso, transmitir que vá atender de fato a curiosidade ou mesmo por novas descobertas de como pode pensar um ser humano sobre as mesmas questões relacionadas ao convívio em grupos. Uma... Entre tantas outras histórias de homens destemidos. Desta vez, presenciada por mim. (Sem terras). Antes, porém, minha opinião sobre a mesma e sobre o tema; com certeza, regras sociais devem ser seguidas. Mas, habitat, terra, é um patrimônio de todos os universais. Deve ser excluída de valores capitais, ou no mínimo facilitada ao máximo para adquiri-la. Desordeiro, violento, ameaça à ordem social e de humanismo, é ter uma opinião de que um direito natural deve ser controlado, violado. Após serem realizadas algumas reuniões pelos sem terras, para decidirem quando e como seria a entrada na fazenda, resolveram que teríamos de acessá-la durante a noite. A mim, pareceu estranha esta decisão, afinal, era uma terra pertencente à União, uma área de reserva castanheira, aliás, ex área, porque já não havia mais castanheiras. Qual seria a razão de se ter tantos cuidados, por que não poderiam ser vistos? Se não existiam documentos que tornasse o atual morador proprietário legitimo, nesta condição também estaria sendo ele um invasor. Comecei a pensar que teríamos sérios problemas pela frente, só não conseguia imaginar de que tipo. Realmente não entendia tanta preocupação por parte destes que estavam chegando.


É uma vista surpreendente da grandeza, beleza e imponência que a natureza se transforma quando não tocada, destruída, faz transparecer em sua ordem na divisão dos espaços a tudo acomodar, transformando em um belo sem vaidade, um poder sem ser bruta, uma maravilha para humanos com sensibilidades. Este lugar não é uma das maiores áreas da região se comparadas a tantas outras que somente tem servida para sustentar status, sentir-se melhor vendo o outro em pior condição de sobrevivência. Segundo informações são em torno de dois mil e quatrocentos alqueires, espaço a poder ser ocupado por muitas famílias de sem terras. Para que se consiga visualizar a linha do horizonte, é preciso abrir a mão e estendê-la bem rente aos olhos, amenizando assim o impetuoso e supremo sol a nos atingir a retina com seus raios brilhantes... Ouvira anteriormente alguns comentários que nesta região, algumas áreas tomadas pelos sem terras aconteciam em comum acordo, discreto, com seus donos. Supostos proprietários, porque também não possuíam documentos legais, além de deixarem grande parte das propriedades sem nada produzir. De certa forma, para muitos, esta poderia ser uma saída para obter recursos, pois, se desapropriados, neste caso saem até com vantagens; Havendo segundo fontes, casos em que as terras são indenizadas com valores superiores aos de mercado. Também aqueles com terras improdutivas em uma situação de não poderem trabalhar, pois não possuem recursos, nem conseguirem empréstimos ou incentivo de qualquer natureza, seja municipal, estadual ou federal. Esta grande fazenda onde estávamos para entrar, somente uma área menor a considerada produtiva estava cuidada, a maior extensão era composta por juquíra, uma parte anteriormente desmatada que agora é formada por uma vegetação rala que, consegue sobressair-se em ausência da mata nativa. Em pontos bem afastados da estrada, podiam ser vistos pequenas formações da mata nativa, e mesmo assim, com raras árvores de grande porte, evidentemente, sobreviventes às já extraídas entre outras, como jatobá, cedro, canela, mogno, e tantas mais que no momento não me recordo mais de seus nomes. Chegara á noite, estávamos agora reunidos à margem do rio, ainda, outros continuam se aproximando em intervalos irregulares: Alguns traziam consigo facões presos na cinta, e em momento algum aquilo me deixou desconfortável, fazem uso deste artefato, acessório indispensável para aberturas de picadas ou, mesmo para não ter que por as mãos diretamente em algo que pretendam ver ou tocar que esteja no chão. E onde estamos, terão que fazer uso deles: Algumas espingardas sem cartuchos, sua carga é composta de chumbinho, pólvora e bucha, usada para caça. Quanto mais ia se passando o tempo, mais evidente se tornava a inquietude reinante entre eles, percebi, que dali para frente a qualquer momento poderia haver surpresas e, não seriam agradáveis. Não estava entendendo, conhecendo um pouco da natureza humana e suas reações frente às adversidades, como seria possível não haver nenhuma resistência por parte daqueles que residiam no local? Se bem que naquela hora, já era um pouco tarde para desistir, mas realmente o clima não era próprio a de uma situação em que não estivesse sujeita a envolver riscos, tinha a certeza agora que não seria simplesmente ir até a terra e assentar-se. Eu poderia ter recuado, ainda estava em tempo, mas sendo um autocrítico, e também em busca constante para tornar-me cada dia melhor em meus relacionamentos sociais através de conhecimentos, jamais me perdoaria por haver escolhido está alternativa; a de não ter atendido minha razão e fugir, fugir às buscas, sempre soube que nada se realiza sem objetivos, metas, riscos, sem busca contínua, sem acreditar, e eu precisava da historia, por essa razão me encontrava ali entre eles até aquele momento: Queria levar ao conhecimento daqueles que desejam saber o que realmente acontece neste seu mundo também, que pela falta de tempo com seus compromissos não podem dispor de espaços em seu dia a dia: Gostaria, como também era preciso registrar um acontecimento desta ordem, em razão de somente termos ouvido falar a respeito, estava com uma oportunidade de conhecer o outro lado da historia, a outra versão dos fatos. É uma reação popular justa, independente das qualificações que deem para a atitude destas pessoas, seria minha chance de registrar um destes movimentos, e este era o momento que com certeza não poderia dispensar de maneira alguma. (Somente um breve comentário, exceções fazem-se aos menos afortunados, alguns afirmam que os mesmos não se realizam profissionais ou mesmo financeiramente por total falta de interesse, esforço e dedicação por parte de cada um: Não é verdade em sua total afirmação este dizer e, raríssimos se enquadram nesse grupo). É característico do ser humano, adquirir e juntar coisas, objetos, além da curiosidade nata; o progresso trouxe consigo melhorias indiscutíveis, mas desfragmentou o autocontrole emocional para o querer sem limites... Sem educação. Não somos caçadores de cabeça, nem vivemos mais como os primitivos ou antigos produtores de alimentos nos campos, usando as mãos como a ferramenta mais importante. Porque não tiramos proveito no presente do progresso, e nos tornamos verdadeiramente úteis a nós mesmos, ao grupo, à 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

  Enquanto as leis não forem executadas com responsabilidade e justiça, sem exceção, não justiça manipulada, distorcida, por meio de honorár...