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Como foi estar em um garimpo de mergulho no Rio Madeira.

O ano quando tudo se inicia, era em meio à 1983, época da ocorrência de uma crise econômica fortíssima no Brasil, sendo conhecida como setembro negro. Neste tempo, exceto um banco privado, (Bradesco) é o que me vem das lembranças, que, com injeção de recursos do governo federal (do povo) pode-se manter sem desintegrar-se ou ter momentos instáveis, enquanto algumas industrias e comércios iam quebrando, falindo, neste tempo eu havia iniciado no ramo da eletrônica, não havia heranças, não vinha de uma família abastada, não vivia e não vivo de influencias como um sangue-suga, sempre fui de ir à luta, perseverante. Gostar de passar por dificuldades? Não, não é isso, aprendi que sempre ocupado com a mente e trabalho, sem ociosidade,  com próprio esforço nos tornamos mais satisfeitos e úteis à todos que se encontram próximos. 
Sem capital de reserva ou patrimônio para hipotecar, não havia outra saída para que eu obtivesse recursos para assegurar aos meus filhos, possibilidades de no futuro ter melhores condições de vida: Meu comercio consistia em fazer manutenção em TVs e sons, instalações de som também em automóveis: Teria que encerrar também, não havia tempo para aumentar a freguesia e, meus débitos embora pequenos, continuavam aumentando: Momento houve em ter de optar entre quitar parcela  de divida ou comprar alimentos. Pensei, pensei muito em uma saída, onde me encontrava, sem capital nada poderia ser feito: Dai, imaginei,  se me dirigisse até a Capital Brasilia, onde residem ou passam algum de seu tempo, a cúpula do Estado, não me faltaria trabalho, como à eles não falta dinheiro, independente da situação politica ou econômica do Pais.. Aliás, entendo o Estado como um bom Papai, todos querem integrá-lo, altíssimos salários, altas comissões, aposentadoria rápida, imunidades; esteja a economia em crise ou não, o deles continua sagrado. Pena que não há espaço para idealistas humanitários, pois, quando assumem suas funções, as regras de governo já estão estabelecidas: E isto, por longos  e longos anos pela frente. Muito bem, parti em direção à Brasilia, durante a viagem, meus pensamentos estavam em meus filhos, iria ficar longe, sem saber quando voltar, poderia dar certo, mas também não: Mas era preciso seguir. Amizades foram feitas neste trajeto: Uma delas sugeriu que eu seguisse até Manaus, estaria em uma zona franca, onde o maior comercio era de artigos eletrônicos e, talvez ali se encontrasse de fato uma ótima oportunidade. Chegando em Belém após dias e noites de viagem, agora teríamos de seguir por água, um grande barco nos levaria até Manaus: Entretanto teríamos que pagar a passagem e eu já estava sem dinheiro, só havia para chegar até Brasilia e durar mais uns três dias, a distancia maior não estava nos planos. Já em Belém, capital do Estado do Pará, como era de se esperar, novos contratempos. Esta pessoa que se dispôs, a me dar acolhida em sua casa quando de minha chegada em Manaus, também seus recursos eram poucos, estava vindo do Rio Grande do Sul para ver sua família, esposa e filho. Nunca fiz perguntas  sobre seus familiares, mas um inesperado aconteceria também sobre o delicado relacionamento homem mulher.  Já estávamos em Belém há uns quatro dias, dormíamos em um dos barcos ancorado no cais que aguardava o dia da partida para seus destino; ele, em sua rede estendida presa aos suportes, e eu, no piso com meu fino lençol que carregava comigo. Precisaríamos conseguir carona, pelo menos foi o que tentamos, mas um fato deixou-me descontente, difícil entender, em uma grande empresa de navegação ( Enasa Navegação Amazônia ), ele, por ser estrangeiro conseguiu, eu, filho da terra, fui ignorado: Não que tenha sido contra  tal beneficio, mas, se jura morrer pelo país, porque não usufruir o que ele produz de bom? E assim aconteceu, em três dias ele já estaria em sua casa em Manaus, viajando em um confortável navio em meio a turistas. Enquanto eu seguia viagem como carona, ajudante de motorista, amarrando minha rede recém-comprada, nas ferragens das carretas transportadas pela balsa; até chegar a Manaus foram sete dias, só para lembrar, durante as noites, era atacado por um batalhão de pernilongos ( carapanãs. ) Combinamos que quando eu chegasse, ligaria. Foram dias de expectativas, não era esta a primeira vez de me encontrar em lugar que não ao de costume, mas nunca nos sentimos muito à vontade fora de nosso ambiente. Região de clima quente, uma super cidade, vale a pena ser conhecida pelos Brasileiros e estrangeiros que gostam e podem viajar. Até antes de fazer um telefonema para sua casa estava preocupado, quem sabe ele não estivesse falando sério, eu, sem recurso e sem lugar para ficar, estaria em péssima situação. Porto de Manaus, madrugada; com muita expectativa e deslocado, o dia parecia demorar mais para dar seus primeiros sinais para que eu pudesse ter em meus olhos as primeiras imagens do lugar. . Alo! Bom dia: Sou eu, o Paulista, viemos juntos até Belém. Silêncio por alguns instantes; pensei rápido, não se passou tanto tempo assim, para não se recordar de minha pessoa: Em seguida tudo acertado, viria me buscar. Teria sido minha impressão uma conclusão precipitada? 

Um comentário:

  1. Acho que fiquei com vontade de ler o final da história! Não por curiosidade, mas sua narração é bem feita, convida a ler mais.

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