O ser humano precisa compreender — queira ou não — que aquilo que presencia na natureza, com seus sentidos limitados, existe somente para atender às suas necessidades vitais e permitir que a vida física prossiga.
Por isso, não resolve, nem ajuda em nada, adornar a realidade com delírios imaginários, tentando enxergar beleza onde não há. Se alimentar-se de outros seres vivos é considerado divino e expressão da vontade de algum deus perfeito, então jamais será possível compreender essa contradição.
Entenda: a busca por um protetor, por um deus, nasce da necessidade humana de amparo — um reforço psicológico construído pela própria inteligência, moldada pelos efeitos das energias, elementos e matérias sempre em transformação neste cosmos.
Assim, divindades tornam-se recursos simbólicos criados para atender, em nossa concepção, às necessidades ilusórias de conforto e esperança.
Imaginamos um lugar especial reservado para todos nós, onde continuaríamos a existir com doçura e privilégios acima de toda outra forma de vida, como se fôssemos escolhidos.
No entanto, todas as espécies que já existiram neste planeta — exceto o ser humano — jamais dependeram de criaturas celestes ou diabólicas para sentirem segurança ou propósito.
Somente nós buscamos essas figuras, movidos não por escolha, mas pela amplitude emocional que vai da maldade à bondade extrema, ambas naturais e circunstanciais.
Cultive o amor que nasce de nós mesmos; liberte-se dos amores divinos que aceitam a dor e ignoram as presas indefesas.
Trate bem as crianças: ensine-as, proteja-as, ajude-as a superar tendências instintivas nocivas.
Ame, da melhor forma possível, o planeta — junto dos animais e dos vegetais que tornam a vida possível.
red9juarez