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Se alguém questionar, o que me dá o direito de falar sobre algo que envolve toda a humanidade

 Bem… me apresento.

Sou um terráqueo entre quase nove biliões destes, faço parte desta geração e faltam somente alguns meses para que eu complete setenta e sete anos. Posso afirmar, com tranquilidade, que mais de noventa por cento da minha capacidade comportamental individual é resultado direto dos condicionamentos culturais, do meio social em que vivi e até das influências — muitas vezes emocionais — provocadas pelos rumos da política. Some-se a isso os efeitos distorcidos produzidos pelas religiões, que ao longo da história moldaram comportamentos segundo suas próprias finalidades.

Sou um ser humano com todas as condições e características necessárias para, junto de uma mulher, iniciar uma nova civilização. Você percebe a importância disso? Nesse ponto essencial, somos absolutamente iguais. E isso é maravilhoso. 

Diferentemente das abelhas — que possuem funções socialmente definidas pela biologia: rainha, operárias, guardiões — nós, humanos, somos estruturalmente iguais. Nossa genética não determina nossas funções sociais. É a inteligência, a consciência e o ambiente que as constroem — isso, claro, quando não encontramos obstáculos ao nosso desenvolvimento.

Para mim, a eternidade de um ser humano é o tempo que ele tem de vida pela frente. É uma lógica simples, mas razoável: nenhuma lucidez possível sobre o passado distante e somente conjecturas sobre o futuro.

E, se alguém questionar, o que me dá o direito de falar sobre algo que envolve toda a humanidade, eu respondo: não é direito — é obrigação. Todo ser humano tem responsabilidades quando o assunto é o bem-estar geral, igualmente aos cuidados com o planeta, seu habitat.    

A Lucidez Roubada: Por Que Entregar a Consciência é o Maior Cativeiro Humano

 Já pensou em quanta energia, tempo e até dinheiro a gente gasta discutindo se Deus existe ou não? 

É um debate que atravessa séculos, move paixões e, sejamos sinceros, leva raramente a uma conclusão que satisfaça todo mundo. 

Mas e se eu te disser que, talvez, essa não seja a pergunta mais importante que deveríamos estar fazendo agora? 

Pense bem: enquanto a gente debate o divino, aqui na Terra temos problemas bem concretos. 

Fome, desigualdade, crises climáticas, falta de acesso à saúde e educação. 

São desafios gigantescos que exigem nossa atenção, nossa inteligência e, acima de tudo, nossa ação conjunta. 

Em vez de nos dividirmos por crenças, que tal nos unirmos por causas? 

Imagina o que poderíamos realizar, se, toda energia gasta em provar ou refutar um ponto de vista fosse usada para resolver um problema real.   

Acredito que a verdadeira espiritualidade se manifesta na nossa capacidade de cuidar uns dos outros. Vamos focar no humano? 

 

Alguns, orgulhosos de suas convicções, aventuram-se a sondar o sentido da vida — sempre duvidoso, sempre nebuloso. A mim, jamais criei animais, aves ou qualquer ser em cativeiro; não por pretender ser modelo de compaixão, mas porque observo com clareza a cena recorrente: porcos, galinhas, vacas ou bois, habituados ao cuidado diário, respondem com afeto a seus donos, ignorando que podem, a qualquer instante, tornar-se alimento de quem lhes ofereceu carinho. 

Assim também ocorre com a humanidade: desbravadores, filósofos e cientistas, mesmo sem esperarem gratidão, ergueram o mundo em que vivemos, apesar das amarras do Estado e das religiões. 

Esses agentes do pensamento permitiram que nossa espécie avançasse rumo à saúde e à lucidez, mais do que à servidão. Nossa condição, observada sem dogmas, revela que somos regidos por processos naturais, semelhantes aos dos demais seres. 

Na infância e na meia-idade, células e hormônios trabalham com precisão, sustentando o corpo e, para quem acredita, também a alma. Corpo nutrido e descansado produz uma alma em equilíbrio. 

Porém, milênios de narrativas forjadas sustentaram estruturas de poder. Chamá-las de mentiras não é ousadia: é somente confidência com o bom senso. Quando observamos com honestidade, o engano se torna evidente. 

Perguntei, no início, qual a importância em fazer alguém acreditar ou não em Deus. Retorno à pergunta porque, após o auge biológico e da geração da vida, inicia-se o declínio — não por castigo, mas pela ordem natural. 

Nada sabemos sobre nossa origem ou propósito. Filhos, amigos, pais partem, e nós, como o gado e a ave, caminhamos para o mesmo desfecho inevitável. 

A consciência disso deveria nos elevar, não nos subjugar. Não há ser humano privilegiado com respostas transcendentais. 

Seguir aventureiros que lucram com o mistério e se dizem representantes de divindades imaginárias é abdicar da própria lucidez. A existência não depende da crença ou da descrença, mas da responsabilidade que assumimos diante dela. 

O compromisso fundamental é simples: evitar a dor alheia, cultivar a bondade, tratar bem pessoas e animais. Transformar o coração em templo vivo. 

Ouvir-se é reencontrar verdades que séculos de manipulação tentaram sepultar. É surpreendente como retornam. 

Sócrates, interrogado por seus acusadores sobre a existência de Deus — sabendo que qualquer resposta poderia selar sua morte — afirmou que essa questão caberia à posteridade. 

Seu destino foi decidido não pelo que disse, mas pelo que representava: a liberdade de pensamento. 

Por isso, não desperdice vida tentando compreender as maquinações dos que enganam. Eles sobrevivem justamente da energia que lhes entregamos. Use seus recursos para o que edifica, não para o que oprime. 

red9juarez

 

 

 

Uma reflexão direta e profunda sobre as ilusões que criamos para suportar a existência — e sobre o amor real que podemos construir neste planeta.

 O ser humano precisa compreender — queira ou não — que aquilo que presencia na natureza, com seus sentidos limitados, existe somente para atender às suas necessidades vitais e permitir que a vida física prossiga.  

Por isso, não resolve, nem ajuda em nada, adornar a realidade com delírios imaginários, tentando enxergar beleza onde não há. Se alimentar-se de outros seres vivos é considerado divino e expressão da vontade de algum deus perfeito, então jamais será possível compreender essa contradição. 

Entenda: a busca por um protetor, por um deus, nasce da necessidade humana de amparo — um reforço psicológico construído pela própria inteligência, moldada pelos efeitos das energias, elementos e matérias sempre em transformação neste cosmos 

Assim, divindades tornam-se recursos simbólicos criados para atender, em nossa concepção, às necessidades ilusórias de conforto e esperança. 

Imaginamos um lugar especial reservado para todos nós, onde continuaríamos a existir com doçura e privilégios acima de toda outra forma de vida, como se fôssemos escolhidos.  

No entanto, todas as espécies que já existiram neste planeta — exceto o ser humano — jamais dependeram de criaturas celestes ou diabólicas para sentirem segurança ou propósito.  

Somente nós buscamos essas figuras, movidos não por escolha, mas pela amplitude emocional que vai da maldade à bondade extrema, ambas naturais e circunstanciais. 

Cultive o amor que nasce de nós mesmos; liberte-se dos amores divinos que aceitam a dor e ignoram as presas indefesas. 
Trate bem as crianças: ensine-as, proteja-as, ajude-as a superar tendências instintivas nocivas. 
 

Ame, da melhor forma possível, o planeta — junto dos animais e dos vegetais que tornam a vida possível. 

 red9juarez

Se alguém questionar, o que me dá o direito de falar sobre algo que envolve toda a humanidade

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