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Enquanto alguns constroem o mundo por meio do trabalho, outros o controlam explorando o medo. Este texto expõe como a inocência humana se torna instrumento de dominação.

 


A Exploração da Inocência: como o medo e o desconhecido moldam o destino humano 

Com quem se encontra a razão cabível, lúcida e honesta, capaz de endossar a atitude daqueles que se dispõem a manipular, sob o manto da inocência, o destino da humanidade? 
Essa pergunta, ainda que incômoda, torna-se necessária quando observamos os mecanismos repetidos ao longo da história, nos quais o medo, o desconhecido e a expectativa por salvação são utilizados como instrumentos de dominação. 

Um escritor com suas inspirações, um padeiro com seu trigo, um camponês com sua enxada, um vaqueiro com seu berrante, um astrônomo com seu telescópio, um cirurgião com seu bisturi ou um operário com seus deveres: todos, cada qual em sua função, seguem a trajetória de uma vida ocupada, concreta e real. 

O amor pelo trabalho — seja ele intelectual ou manual — produz não somente resultados imediatos para quem o executa, mas também um bem-estar coletivo. Esse é o lado prático, verificável e essencial da existência humana. 

Ao mencionar essas ocupações, busca-se introduzir uma distinção fundamental: a diferença entre o conhecimento construído a partir da observação, da prática e da responsabilidade, e a abordagem meramente especulativa do desconhecido, frequentemente utilizada para interpretar — ou distorcer — fenômenos e acontecimentos naturais. Enquanto o trabalho humano se ancora na realidade e em seus limites, a especulação descompromissada abre espaço para narrativas convenientes, moldadas não para compreender, mas para controlar. 

Todos sabemos o quão difícil é alcançar concordância em um diálogo, mesmo quando os pontos de vista, em essência, poderiam convergir para um objetivo comum. Ainda assim, ao longo da história, inúmeras organizações que se propuseram a representar, corrigir ou guiar a humanidade rumo a uma suposta perfeição acabaram por revelar outra face: a da exploração sistemática da falta de discernimento de seus próprios seguidores, esquecendo — ou ocultando deliberadamente — que todos compartilham a mesma condição existencial. 

Esse processo ocorre raramente de forma explícita. Ele se sustenta por meio de um trabalho psicológico induzidor, aliado à exploração do medo primitivo diante do desconhecido e à promessa de um futuro melhor alcançado de maneira cômoda, sem esforço crítico ou responsabilidade individual. 

Assim, pouco a pouco, o ser humano é privado de viver sua liberdade como ser pensante. Passa a delegar suas decisões, sua autonomia e até sua compreensão da realidade àqueles que percebem essa displicência — ou, talvez, essa inocência — e dela se aproveitam. 

O resultado é um afastamento progressivo da autonomia intelectual, da observação direta do mundo e da confiança na própria capacidade humana de compreender, criar e conviver. 

Nesse ponto, a razão deixa de servir à emancipação, sendo substituída por narrativas que confortam, mas não libertam E é justamente aí que a humanidade se vê mais vulnerável: quando abdica de pensar por si mesma em troca de certezas prontas e promessas que jamais exigem responsabilidade. 

 red9-juarez

Violência não se corrige com leis: educa-se ou perpetua-se

 



Violência não se resolve com prisão

Educação como caminho para reduzir a violência

Leis não mudam costumes sociais

Crítica à lei Maria da Penha sob perspectiva social

Sistema penal como solução imediatista

Educação emocional desde a infância 

Impacto da cultura punitiva na sociedade

Prevenção da violência através da educação 

Convivemos com a violência em todos os lugares e em todas as classes sociais. E, por mais paradoxal que pareça, convivemos também com sua camuflagem ativa — sustentada por aqueles que insistem em perpetuar, ao longo do tempo, fantasias sobre a vida e sobre si. Essa alienação, esse afastamento da compreensão real da existência, também é violência. 

As leis são fundamentais, desde que não sejam flexíveis ao ponto de se tornarem manipuláveis. Se sugeríssemos a alguém sem preparo físico que levantasse cento e cinquenta quilos, o fracasso seria inevitável. A comparação não é vaga nem leviana: assim como o corpo sem preparo não suporta o peso, uma sociedade sem base educacional sólida não sustenta leis complexas e exigentes. 

Não é necessário passar anos estudando direito para compreender um ponto essencial: as leis não mudam os costumes; são os costumes que mudam as leis. Existem, em nosso país, dispositivos legais desconcertantes. A Lei Maria da Penha, por exemplo, sem negar sua importância na proteção das pessoas, levanta uma questão raramente enfrentada com honestidade: onde estaria o equilíbrio emocional perfeito atribuído ao homem? 

Não se trata de defender a violência, nem de negar a necessidade de proteção a crianças, jovens, adultos, idosos — homens ou mulheres — nem mesmo à natureza, aos animais, às plantas ou ao planeta. O ponto central é outro: não se elimina a violência com presídios, nem se corrige uma sociedade somente superlotando os já existentes. 

Criar leis que afastam o agressor — seja culpado, instigado, provocado ou até vítima — é, para o Estado, uma solução mais barata e imediata. Educar custa caro. Mas é o único caminho real para reduzir a violência de forma profunda e duradoura. 

Parte-se de uma premissa frágil: a suposição de que o homem é naturalmente dotado de tolerância, sensatez, bom senso e equilíbrio emocional. Todos sabemos que isso não corresponde à realidade. Somos seres racionais, sim, mas profundamente emocionais, influenciados pelo meio, pelas palavras, pelos sons e até por ciclos naturais. 

Se desde os primeiros anos escolares fossem ensinados o reconhecimento do espaço do outro — a consciência de quando nossos atos se tornam prejudiciais — muito poderia ser evitado nas relações humanas, especialmente entre casais. A educação emocional e ética, embora custosa para o Estado, produziria um resultado incomparavelmente mais positivo para a sociedade na totalidade. 

Exceto, é claro, se for mais interessante manter o fluxo financeiro alimentando magistraturas e sistemas carcerários, com seus custos exorbitantes. Isso não surpreenderia, considerando a tradição de formar caráter a partir da lógica do acúmulo: quanto mais se possui, melhor se é, relegando a educação e a cultura a planos secundários. 

Com tal procedimento, perpetua-se não somente a violência física, mas a estrutural — silenciosa, normalizada e socialmente aceita.

Sem educação emocional, toda política de combate à violência é paliativa. 


red9juarez 

 


Se alguém questionar, o que me dá o direito de falar sobre algo que envolve toda a humanidade


Bem… apresento-me 

Antes, porem, é preciso dizer que existem coisas naturais, ignoradas. 

Não há castas naturais entre humanos. 

A Igualdade Humana Não é Ideologia: É Biologia 

A genética não define destinos — a consciência, sim. 

Refletir sobre isso é repensar civilização, tempo e responsabilidade. 

 

Sou um ser humano comum, portador das mesmas condições biológicas e estruturais que qualquer outro ser humano. Condições essas que, quando compartilhadas com outro indivíduo da mesma espécie — uma mulher — possibilitam não apenas a continuidade da vida, mas a própria reinvenção de uma civilização. Essa constatação, simples e direta, revela algo fundamental: somos, em essência, minuciosamente iguais. E isso é extraordinário. 

A igualdade humana não é um ideal abstrato, nem um discurso moral conveniente. Ela é um dado biológico. Diferenciamo-nos de outras formas de vida social, como as abelhas, por exemplo, onde a própria natureza determina funções rígidas: uma rainha destinada à reprodução, operárias ao trabalho, defensores à proteção da colmeia. Ali, não há escolha. A genética define o papel. 

Entre humanos, não. 

Nossa genética não prescreve funções sociais, hierarquias ou destinos. Nenhum ser humano nasce programado para mandar, obedecer, servir ou ser servido. O que nos diferença não é a estrutura biológica, mas o nível de consciência, inteligência aplicada e escolhas construídas ao longo da vida. É a inteligência — e não o DNA — que molda as organizações humanas, para o bem ou para o colapso. 

Quando compreendemos isso, torna-se inevitável refletir sobre o tempo. Para mim, a eternidade humana não está em promessas futuras, crenças ou projeções metafísicas. A eternidade de um ser humano é, simplesmente, o tempo que ele tem de vida. Nada, além disso, é garantido. O passado só existe como memória e aprendizado; o futuro, como hipótese, suposição ou desejo. O único campo real de ação é o agora. 

Sem lucidez sobre nossa condição biológica, histórica e temporal, permanecemos presos a ilusões que nos afastam da responsabilidade. Com lucidez, porém, surge algo poderoso: a possibilidade de reorganizar nossas relações, nossas escolhas e nossa convivência com base na razão, na empatia e na compreensão de que ninguém é estruturalmente superior a ninguém. 

Essa consciência não nos diminui — ao contrário, nos liberta.

red9-juarez 

 

A Lucidez Roubada: Por Que Entregar a Consciência é o Maior Cativeiro Humano

 Já pensou em quanta energia, tempo e até dinheiro a gente gasta discutindo se Deus existe ou não? 

É um debate que atravessa séculos, move paixões e, sejamos sinceros, leva raramente a uma conclusão que satisfaça todo mundo. 

Mas e se eu te disser que, talvez, essa não seja a pergunta mais importante que deveríamos estar fazendo agora? 

Pense bem: enquanto a gente debate o divino, aqui na Terra temos problemas bem concretos. 

Fome, desigualdade, crises climáticas, falta de acesso à saúde e educação. 

São desafios gigantescos que exigem nossa atenção, nossa inteligência e, acima de tudo, nossa ação conjunta. 

Em vez de nos dividirmos por crenças, que tal nos unirmos por causas? 

Imagina o que poderíamos realizar, se, toda energia gasta em provar ou refutar um ponto de vista fosse usada para resolver um problema real.   

Acredito que a verdadeira espiritualidade se manifesta na nossa capacidade de cuidar uns dos outros. Vamos focar no humano? 

 

Alguns, orgulhosos de suas convicções, aventuram-se a sondar o sentido da vida — sempre duvidoso, sempre nebuloso. A mim, jamais criei animais, aves ou qualquer ser em cativeiro; não por pretender ser modelo de compaixão, mas porque observo com clareza a cena recorrente: porcos, galinhas, vacas ou bois, habituados ao cuidado diário, respondem com afeto a seus donos, ignorando que podem, a qualquer instante, tornar-se alimento de quem lhes ofereceu carinho. 

Assim também ocorre com a humanidade: desbravadores, filósofos e cientistas, mesmo sem esperarem gratidão, ergueram o mundo em que vivemos, apesar das amarras do Estado e das religiões. 

Esses agentes do pensamento permitiram que nossa espécie avançasse rumo à saúde e à lucidez, mais do que à servidão. Nossa condição, observada sem dogmas, revela que somos regidos por processos naturais, semelhantes aos dos demais seres. 

Na infância e na meia-idade, células e hormônios trabalham com precisão, sustentando o corpo e, para quem acredita, também a alma. Corpo nutrido e descansado produz uma alma em equilíbrio. 

Porém, milênios de narrativas forjadas sustentaram estruturas de poder. Chamá-las de mentiras não é ousadia: é somente confidência com o bom senso. Quando observamos com honestidade, o engano se torna evidente. 

Perguntei, no início, qual a importância em fazer alguém acreditar ou não em Deus. Retorno à pergunta porque, após o auge biológico e da geração da vida, inicia-se o declínio — não por castigo, mas pela ordem natural. 

Nada sabemos sobre nossa origem ou propósito. Filhos, amigos, pais partem, e nós, como o gado e a ave, caminhamos para o mesmo desfecho inevitável. 

A consciência disso deveria nos elevar, não nos subjugar. Não há ser humano privilegiado com respostas transcendentais. 

Seguir aventureiros que lucram com o mistério e se dizem representantes de divindades imaginárias é abdicar da própria lucidez. A existência não depende da crença ou da descrença, mas da responsabilidade que assumimos diante dela. 

O compromisso fundamental é simples: evitar a dor alheia, cultivar a bondade, tratar bem pessoas e animais. Transformar o coração em templo vivo. 

Ouvir-se é reencontrar verdades que séculos de manipulação tentaram sepultar. É surpreendente como retornam. 

Sócrates, interrogado por seus acusadores sobre a existência de Deus — sabendo que qualquer resposta poderia selar sua morte — afirmou que essa questão caberia à posteridade. 

Seu destino foi decidido não pelo que disse, mas pelo que representava: a liberdade de pensamento. 

Por isso, não desperdice vida tentando compreender as maquinações dos que enganam. Eles sobrevivem justamente da energia que lhes entregamos. Use seus recursos para o que edifica, não para o que oprime. 

red9juarez

 

 

 

Quando a caridade vira regra, algo essencial já falhou. Este texto questiona as palavras que disfarçam a exclusão e mantêm a injustiça intacta.

Ajudar não é virtude quando o problema é estrutural.     Universalidade Grotesca   A universalidade grotesca de palavras como  caridade  e  ...